quarta-feira, 17 de março de 2010

Geleira de Ossoue, nos Pirineus, encolhe 34% em 30 anos


Segundo a Agência Europeia do Meio Ambiente, o aquecimento na Europa é maior do que a média do planeta.

Na fronteira da Espanha com a França, um gigantesco lençol de gelo cobre a montanha. Para os visitantes, é um cartão postal. Para os cientistas, uma preocupação.

A geleira de Ossoue está derretendo em um ritmo cada vez maior. Nas últimas três décadas, a maior língua glacial dos Pirineus encolheu 34%. O conde Henry Russel escalou a montanha 33 vezes. Sem querer, ele deixou a maior prova do desgaste da geleira. No paredão de granito, ele escavou grutas que estavam ao nível do gelo. Depois de 120 anos, o chão está bem abaixo das cavernas.

O vilarejo de Gavarnie é o mais alto do lado francês da montanha, a 1,3 mil metros. Em novembro, as ruas costumavam estar cobertas de branco. Neste ano, a neve ainda não veio. Nós é que temos de ir ao encontro dela.

Nós estamos a 2300 metros de altitude. Agora, nessa época do ano, para ver e sentir a neve, é preciso subir. Os moradores mais antigos da região contam histórias de invernos bem mais longos e rigorosos.

Uma mulher, que nasceu no local, conta que há 30 anos vinha esquiando até a casa dela todos os dias de inverno. Agora, a neve raramente chega até esse ponto.

Segundo a Agência Europeia do Meio Ambiente, o aquecimento na Europa é maior do que a média do planeta.

Perto dali, no alto do rochedo, o pontinho branco resplandece em qualquer estação. É a imagem de Nossa Senhora das Neves. Há séculos ela protege o povo da montanha. Agora, é a própria montanha que precisa de proteção.

Reportagem: Jeniffer Silva
Foto: Forasteiro

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