* Cientistas da ONU sugeriram que os países ricos cortem as emissões de gases-estufa em 25% a 40% até 2020. Com isso, o mundo teria 50% de chances de não ter o aumento superior a 2 oC. * A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) afirmou que o setor vai reduzir as emissões em 50% até 2050. * A China planeja fechar pequenas usinas de carvão. Cerca de 70% da matriz elétrica do país utiliza esse sistema, o mais poluente dos combustíveis fósseis. * O bilionário George Soros disse que US$ 100 bilhões, o dinheiro “parado” do FMI, poderiam bancar um fundo para salvar o planeta. Sua tese foi afundada pelas delegações e economistas. * Oito ativistas do Greenpeace escalaram o Coliseu de Roma para exibir um cartaz pedindo a assinatura de um acordo. O protesto teve o respaldo do prefeito Gianni Alemanno. * Representantes do povo esquimó foram a Copenhague. A ideia era conseguir dinheiro para construir refrigeradores comunitários — já não faz mais frio suficiente para estocar carne naturalmente. * Thom Yorke, ativista e líder do Radiohead: “A COP15 foi conduzida por reprimidos de meia-idade”.
OS HERÓIS E OS VILÕES DA COP15 | O evento foi tão maluco que o Governador lembrou seus tempos de mocinho e a China... Bem, ela foi a China
ARNOLD SCHWARZENEGGER -O governador da Califórnia, diante da inércia geral, exterminou a pasmaceira: “Não podemos esperar os governos para agir”. Falou e provou. Em 2006, o ex-ator assinou lei para respeitar o Protocolo de Kyoto
IAN FRY -O delegado de Tuvalu, na Polinésia, chorou para a COP 15 salvar o país, que está a ponto de submergir. O arquipélago tem 26 km2 e seu ponto mais alto atinge cinco metros. O apelo comoveu o mundo
Mocinho
MELES ZENAWI -Premiê da Etiópia, Zenawi fez a África soar o sinal de alerta no COP 15. Os países africanos abandonaram temporariamente as negociações em protesto à resistência dos ricos ao Protocolo de Kyoto. Para ele, o fim do tratado significará a morte da África
JOSÉ “SIERRA” -O governador de São Paulo foi para engrossar o coro da mudança, pouco fez, mas voltou com uma tirada de sarro na bagagem. Schwarzenegger viu o tucano e soltou: “Foi um prazer conhecer o Sierra”
STEPHEN HARPER - Logo que entrou no poder, em 2006, o premiê canadense tornou seu país o primeiro a abandonar o Protocolo de Kyoto. Entre 1990 e 2012, a nação deveria reduzir suas emissões em 6%. Em vez disso, aumentou em 26%
WEN JIABAO - O premiê afirmou que a China tinha “vontade” de ajudar, mas o país tentou frear as negociações. A nação recusou a fiscalização das suas metas de corte de emissão
O Brasil em Copenhague
* A chefe da delegação brasileira, Dilma Rousseff, cometeu uma gafe ao discursar: “O meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável”. Com a frase, ela concorreu ao “Fóssil do Dia”, antiprêmio entregue por ONGs aos que atrapalhavam o acordo climático. * Os três pré-candidatos à Presidência estavam por lá. José Serra e Marina Silva apresentaram propostas semelhantes, quase sempre discordando de Dilma. * O Brasil ficou na primeira posição em um ranking das “nações que mais lutam para evitar as mudanças climáticas”. * O País foi cobrado pela União Europeia sobre uso de petróleo do pré-sal. * Foi anunciado na bolsa BM&F Bovespa que o mercado de ações terá um índice “verde”. Os investidores poderão aferir os desempenhos financeiro e ambiental das companhias simultaneamente. * O Inpe divulgou estudo mostrando que a pecuária bovina é responsável por 50% das emissões do Brasil.
Conclusão
Por que não deu em (quase) nada?
Dê uma olhada no mapa acima. Se as emissões continuarem no patamar atual (e a meta de 2020 permanecer ignorada), o planeta vai encarar um aumento de 3 oC na temperatura em menos de 15 anos. É um desastre. Por isso, ao fechar as portas com um documento tímido, a COP15 se credenciou como o mico de 2009. Um acordo para apaziguar a decepção mundial foi assinado por líderes de nações importantes, como EUA, China, Brasil e África do Sul. Mas, na prática, governantes saíram de Copenhague com um papel que, no máximo, esboça normas para “verificar ações para o corte de gases-estufa”. Ou seja, a decisão foi empurrada para frente. O que quer dizer que, até o fim de 2010, um novo encontro deverá ser agendado. Enquanto isso, o planeta perde mais uns meses na corrida contra o desastre ambiental... Nas palavras do negociador e embaixador brasileiro Sérgio Serra: “Foi um resultado decepcionante”.
Destes, US$ 113 bilhões irão para geração de energia limpa. Mas nem todo esse dinheiro virá do orçamento da União. Ou seja, o Brasil terá que captar recursos externos. E, apesar de o número ser alto, muitas das obras fazem parte do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC)
Reportagem: Felipe Pontes
Fotos e Esquemas: Globo.com
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