quarta-feira, 26 de maio de 2010

BP admite não saber como controlar vazamento no Golfo do México


Nesta quarta-feira, vai ser feita uma nova tentativa para conter o vazamento de óleo no Golfo do México, uma tragédia ambiental que ameaça o futuro da indústria de extração de petróleo no mar.
É uma marca forte, presente em mais de cem países. Emprega 80 mil pessoas. Explora, produz, refina petróleo. Esta é a British Petroleum (BP), a maior petrolífera do Reino Unido, uma das cinco maiores empresas do mundo. Se você nunca viu, pelo menos, já ouviu falar. Bem ou mal.

Nos Estados Unidos, a fama desta companhia britânica não é boa. Não só por causa do acidente do mês passado no Golfo do México - que matou onze pessoas - e que também é um forte candidato a um péssimo título: o de maior desastre ambiental dos Estados Unidos. Mas pela história da empresa no continente.

Em 2005, 15 pessoas morreram e 170 ficaram feridas com a explosão de uma refinaria da BP, no Texas. Em 2006, um oleoduto, da BP, corroído - sem inspeção há mais de um ano - se rompeu. Milhares de litros de óleo contaminaram banharam o Alasca. Entre os dois acidentes, a BP lucrou US$ 70 bilhões.

Perto deste número as multas, as penalidades, as indenizações quase desaparecem e acabam virando atrativo para algo que não combina com o mundo de hoje: os interesses comerciais acima dos compromissos ambientais.

Uma plataforma, por exemplo, explodiu no dia em que executivos da BP se preparavam para estrear a produção de petróleo de um novo poço. O que se viu é o que se vê até agora: um golfo cheio de óleo, animais morrendo, pescadores sofrendo.

A BP não sabe mais o que fazer, assumiu isso no 35º dia de vazamento. Já o governo americano - que nas palavras de Obama, teve uma relação promíscua com as empresas de petróleo nos últimos 10 anos - engrossou o discurso. O discurso, apenas.

"A BP está fazendo uma bagunça, uma bagunça terrível. uma bagunça ambiental enorme. As investigações vão se desdobrar e a BP vai ter que ser responsabilizada", disse Ken Salazar, secretário do interior dos Estados Unidos.

Desde o início do vazamento, a BP perdeu um quarto do seu valor. Está valendo menos US$ 50 bilhões. Será que não está no seu valor real se levarmos em conta o tanto que ela ganhou, o tanto que se valorizou - botando em risco a segurança, o desrespeito ao meio ambiente?

Reportagem|:Jeniffer Silva

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